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Print version ISSN 1729-4827

liber. vol.22 no.1 Lima jan./jun. 2016

 

ARTIGO

Representações e metarrepresentações sociais de imigrantes brasileiros na Europa

Social representations and meta-representations of brazilian immigrants in Europe

 

Roberta Rangel Batista* e Mariana Bonomo**

*, ** Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil

* roberta.ufes2012@gmail.com ** marianadalbo@gmail.com


RESUMO

Baseando-se no aporte teórico da Teoria das Representações Sociais, o presente estudo tem objetivou conhecer as representações sociais de brasileiros, europeus e imigrantes, além das metarrepresentações de brasileiros e imigrantes para 180 brasileiros residentes em seis países da Europa. Para tanto, utilizou-se um questionário semiestruturado contendo perguntas de associação livre para os objetos de representação. Os resultados demonstram que os brasileiros positivam os grupos brasileiro e imigrante pela via do afeto e elevação de seu status social. As metarrepresentações de imigrantes afirmam a imagem de indesejabilidade do grupo por parte dos europeus e as metarrepresentações de brasileiros, por sua vez, apontam para significados que objetificam as mulheres brasileiras a partir da imagem do sexo e da prostituição. Conclui-se que as representações sociais a respeito dos grupos sociais em análise favorecem a discussão da função identitária das representações por apresentarem conteúdo polêmico a respeito dos grupos sociais que atuam como minoritários frente à sociedade hegemônica europeia.

Palavras-chave: Brasileiros, Europa, imigrantes, Teoria das Representações Sociais.


ABSTRACT

Based on the theoretical contribution of the Social Representations Theory, the study aimed, to identify the social representations of Brazilians, Europeans and immigrants, in addition to the meta-representations of Brazilians and immigrants made to 180 Brazilians residing in six European countries. To do this we used a semi-structured questionnaire with free association questions for the representation of objects. The results show that Brazilians consider positively the groups of immigrants and Brazilians through affection and higher social status. The meta-representations of immigrants affirm an image of undesirability of the group on the part of Europeans; and the meta-representations of Brazilians, in turn, are oriented toward meanings that objectify Brazilian women through an image of sex and prostitution. It was concluded that the social representations – in relation to the social groups analyzed – favor the discussion of the identity function related representations, by having submitted a controversial content relating to the social groups that act as a minority against a hegemonic European society.

Keywords: Brazilians, Europe, immigrants, Theory of Social Representations


Introdução

O processo migratório internacional entre brasileiros é um fenômeno consolidado durante as décadas de 1980 e 1990. Dentre as razões para a saída de nacionais do país, pode-se mencionar o investimento em se construir uma vida no exterior alimentado pela chamada cultura de migração, que concebe a vida do imigrante de maneira próspera e idealizada (Pereira e Siqueira, 2013).

Devido à crença de notáveis benefícios trazidos pela migração, em função da possibilidade de se adquirir recursos nos territórios de destino, há, nos países chamados «desenvolvidos», um grande número de nãonacionais residindo em seus territórios (DeBiaggi e Paiva, 2004). A presença desse grande contingente de imigrantes tem resultado em conflito entre grupos estrangeiros e nacionais, especialmente em função da instaurada competição por trabalhos e benefícios sociais (Neto, 2008). A existência destes conflitos, de acordo com Matos, Barbosa, Salgueiro e Machado (2013), resultou na atribuição de uma imagem negativa ao grupo migrante, que é associado à ideia de desordem social e criminalidade.

Na Europa, a disputa por empregos e bem-estar social tornou-se justificativa para que a população migrante fosse considerada empecilho à ordem social e econômica (Neto, 2008), apesar da permanente necessidade de mão de obra em setores de trabalhos menos valorizados, como na construção civil e em trabalhos domésticos (Patarra, 2006). Desse modo, em países europeus citados pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE, 2011), como sendo aqueles que mais possuem brasileiros na Europa (Reino Unido, Portugal, Espanha, Alemanha, França e Itália), é observado que a imagem do brasileiro e das brasileiras é geralmente associada a trabalhos de mão de obra desqualificada e também à prostituição (Meihy, 2013; Piscitelli e Burgueño, 2008; Torresan, 2013). Essa associação pode fornecer fundamentação para se compreender de que modo se estabelecem as relações sociais entre o grupo imigrante e os grupos das sociedades locais (Meihy, 2013; Patarra, 2006).

A discussão a respeito da relação entre o grupo migrante e o grupo nacional do país de destino, bem como suas consequências para o indivíduo, apresenta-se como importante tarefa, posto que aborda um fenômeno psicológico relevante ao contexto social contemporâneo (Berry, 2004; Costa, 2009; Coutinho e Oliveira, 2010; DeBiaggi e Paiva, 2004; Franken, Coutinho e Ramos, 2012; Sebben, 2009;). A relação intergrupal entre culturas diferentes e os aspectos psicossociais resultantes desta (como o sofrimento psíquico, as mudanças atitudinais, valorativas e de afetos decorrentes do contato) são discutidos por serem fundamentais na reordenação de hierarquias sociais e processos individuais de identificação que se contrapõem a um sentimento de ameaça vivenciado pelo grupo em país estrangeiro (Castellá Sarriera, Pizzinato e Meneses, 2005; Coutinho e Oliveira, 2010; Nascimento, 2013; Sosa, Fernández e Zubieta, 2014).

A área da Psicologia Social também tem se ocupado em discutir a estrutura do pensamento social de um país e de uma cultura e sua importância para que se desenvolva uma perspectiva cultural das relações intergrupais, de modo a compreender de que maneira a sociedade se organiza (Liu, 2012). Neste sentido, a utilização da Teoria das Representações Sociais tem fundamentado a discussão da história de uma sociedade, seus símbolos e representações como alicerces da relação intergrupal entre nações diferentes (Jodelet, 2002; Moscovici, 1994, 2003).

Teoria das representações sociais e abordagem estrutural

A fim de abordar a forma em que as representações sociais fundamentam as relações sociais entre os brasileiros que emigraram e sua sociedade de destino, optou-se pelo referencial da Teoria das Representações Sociais (TRS) (Moscovici, 1978, 1994, 2003, 2011). A TRS é uma teoria que enfatiza a importância do pensamento social (Billig, 1993). Desde sua criação, tem como proposta a superação de dicotomias, como a separação entre o indivíduo e o social (Guareschi e Roso, 2014), e a valorização do senso comum a partir da análise daquilo que é relevante e compartilhado entre um grupo (Arruda, 2002; Moscovici, 1978, 2003; Ofman, Girardi, Cófreces e Stefani, 2012). Por esta razão, a TRS marca um rompimento com a dicotomia entre sujeito e objeto, o que confere nova configuração ao que se convencionava ser chamado de «realidade objetiva» (Abric, 1998). As representações sociais consideram que toda realidade é reapropriada pelo indivíduo e reconstruída de acordo com seu sistema cognitivo e sociocultural de inserção (Abric, 1998; Bardi, 2010; Campos e Rouquette, 2003; Coria et al., 2010; Moscovici, 2003; Sammut e Gillespie, 2011).

De acordo com a TRS, as representações sociais podem ser classificadas de três maneiras, de acordo com sua tipologia: (a) as representações hegemônicas são aquelas que designam formas de conhecimento largamente compartilhadas, sendo coercitivas, de cunho dominante; (b) as representações polêmicas, em contrapartida, são aquelas que refletem o posicionamento de grupos minoritários frente a conflitos intergrupais; e (c) já as representações emancipadas indicam a solidariedade e cooperação entre os grupos, uma vez que se trata de um conhecimento que atravessa diferentes grupos e ancorase em uma memória compartilhada (Bonomo e Souza, 2013; Braga, 2011; Moraes, 2003; Moscovici, 1978; Vala, 1997).

Em pesquisas empíricas a TRS tem sido utilizada com o objetivo de compreender como os grupos sociais dão sentido à sua vida cotidiana, reconhecendo que estes são agentes construtores das relações que se recriam nos contextos socioculturais diversos (Santos, Tura, e Arruda, 2011; Seidmann, Azzollini, Thomé e Lorio, 2010). A reflexão a respeito das representações sociais permite, portanto, a análise das ideias compartilhadas entre indivíduos do mesmo grupo social a respeito de um objeto relevante (Jodelet, 2002).

Vale ressaltar que, partindo do princípio de que as representações sociais têm por função contribuir na formação das identidades sociais (Abric, 1998), parece ser relevante compreender de que maneira as metarrepresentações influenciam o pensamento dos grupos sociais. As metarrepresentações estão relacionadas às crenças acerca das crenças do outro sobre o sujeito da representação (Teixeira, 2006), ou seja, são questões que se referem à maneira pela qual este indivíduo concebe as representações sociais dos outros grupos relacionados ao seu.

Bonomo e Souza (2013) argumentam que as metarrepresentações oferecem um panorama do lugar que os membros de um grupo acreditam ocupar no imaginário de outro grupo social. Em se tratando de um grupo social minoritário em sua etnicidade, cultura, hábitos e costumes (Castellá et al., 2005), é possível que se verifique metarrepresentações de valoração negativa a respeito dos imigrantes. Questões de metarrepresentação podem ser importantes para se analisar as representações sociais que um grupo, sujeito da representação, possui do outro grupo, processo que poderá fornecer elementos para se discutir seus comportamentos na relação intergrupal.

A chamada grande teoria das representações sociais de Moscovici (1978) configura-se como uma ‘teoria base’, cujos conceitos e pressupostos epistemológicos fundamentam abordagens conhecidas como complementares, que têm fornecido importantes contribuições metodológicas ao estudo do fenômeno representações sociais. A abordagem proposta por Abric (1993), por exemplo, utilizada como aporte de referência conceitual e metodológica ao desenvolvimento do presente estudo, propõe um modelo estrutural no qual se organizam os elementos da representação social conforme sua função e natureza hierárquica (Wachelke e Camargo, 2007).

Também conhecida como Teoria do Núcleo Central (TNC), esta abordagem complementar considera que as representações sociais estão organizadas em um núcleo central constituído por um ou mais elementos estáveis e significativos para a representação, ou seja, são elementos que oferecem significados fundamentais e inflexíveis (Oliveira, 2012; Wachelke, 2012; Wachelke e Wolter, 2011). Abric (2003) esclarece que o núcleo central tem a função de organizar e de gerar a representação social, de forma que, se o núcleo se transforma, também se transforma a representação.

Além do núcleo central, a estrutura das representações sociais também se constitui a partir de um sistema periférico, que comporta elementos mais flexíveis ao contexto de sua composição. O sistema periférico integra a possibilidade de se refletirem as experiências individuais do sujeito da representação, manifestando a heterogeneidade do grupo (Abric, 1993; Veiga, Fernandes e Paiva, 2011).

Tendo em vista o aporte teórico de referência, o presente estudo se propôs a conhecer as representações sociais de brasileiros, europeus e imigrantes, bem como as metarrepresentações de brasileiros e imigrantes para brasileiros que residem nos seis países com maior população brasileira na Europa (MRE, 2011) (Reino Unido, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália e França).

Método

Participantes

Participaram do estudo 180 brasileiros imigrantes, igualmente subdivididos em relação aos seis países de destino no continente europeu (Reino Unido, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália e França). Do total da amostra, verificou-se que 73 % são do sexo feminino e as idades variaram segundo a seguinte distribuição etária: 14.5 % com idades entre 18 e 25 anos, 23.3 % entre 26 e 30 anos, 35 % entre 31 e 40 anos, 17.2 % entre 41 e 50 anos, e 10 % com idades superiores a 50 anos.

Quanto à escolaridade, verificou-se que os participantes possuem: (a) ensino fundamental: 1.7 % incompleto e 3.9 % completo, (b) ensino médio: 2.8 % incompleto e 16.1 % completo, (c) ensino superior: 21.1 % incompleto e 23.9 % completo, (d) pós-graduação: 13.3 % em nível de especialização e 17.2 % de mestrado e doutorado.

Procedimentos de coleta de dados

A partir do relatório sobre os «Brasileiros no Mundo» do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (2011), optou-se por eleger os seis países com mais brasileiros na Europa para a realização do estudo, são eles: Reino Unido, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália e França. Através desta seleção, os brasileiros participantes do estudo foram contatados de maneira online por meio de divulgação da pesquisa em redes sociais, sites dedicados aos brasileiros no exterior e fóruns online com a mesma finalidade.

Através do método bola de neve (Biernacki e Waldorf, 1981; Turato, 2003), conseguiu-se contatar os participantes, que responderam a um questionário online. Todos estes brasileiros encontravam-se em situação de imigração nestes países por pelo menos três meses, excluindo-se os intercambistas e estudantes dos mais diversos programas de internacionalização de ensino.

Em um primeiro momento, o brasileiro que se dispunha a responder ao questionário online visualizava um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual havia explicações sobre os objetivos e proveniência da pesquisa. Neste Termo de Consentimento, garantia-se também o uso das informações apenas para fins científicos, resguardando o anonimato dos indivíduos. Se caso concordasse com o exposto, o participante deveria clicar em «Sim», procedimento que o remetia diretamente à primeira questão do questionário. Caso não concordasse, o informante poderia clicar na opção «Não», que o direcionava para uma mensagem de agradecimento pelo tempo despendido.

Para a coleta dos dados referentes às representações sociais dos objetos em análise, utilizou-se a Técnica de Evocação livre de Palavras (TEP). Esta técnica consiste em solicitar ao participante entrevistado que associe livremente as primeiras cinco palavras que venham à sua cabeça ao ouvir o termo indutor referente ao objeto social em estudo (Alves-Mazzotti, 2007; Borges, Queiroz e Silva, 2011; Santos et al., 2011; Silva, Gomes, Oliveira e Souza, 2011;). Estudos em representações sociais, como o de Wachelke, Camargo, Hazan, Soares, Oliveira e Reynaud (2008), indicam que o uso da TEP consiste em uma técnica eficiente e legítima de se coletar os dados de maneira online.

Instrumento

Na primeira parte do instrumento havia três questões de evocação referentes aos termos indutores brasileiros, europeus e imigrantes (O que você pensa, sente ou imagina quando eu falo...), e duas questões sobre metarrepresentações, que faziam referência ao que os brasileiros pensavam sobre as opiniões dos europeus a respeito dos brasileiros e sobre as opiniões dos europeus acerca dos imigrantes (O que você acha que os europeus pensam dos...?). As questões que se seguiam correspondiam a dados sócio-demográficos (referentes ao tempo de saída do respondente do Brasil e residência no país europeu, à condição atual de residência no exterior, planos para o futuro, profissão, idade, sexo, estado civil, escolaridade e e-mail de contato).

Tratamento dos dados

Realizou-se uma limpeza dos dados coletados para que fossem, em seguida, tratados pelo software EVOC -Ensemble de programmes permettant l’analyse des evocations (Vergès, 2000). Este programa processa os termos evocados a partir de sua importância na hierarquia das evocações e de sua frequência (cálculo de frequência e média da ordem média das evocações), o que possibilita o agrupamento dos termos em quatro quadrantes que constituem a estrutura da representação, segundo a TNC (Abric, 2005; Flament, Guimelli e Abric, 2006; Moliner, 2001).

Resultados

Análise do campo representacional

Através do processamento de dados, foi possível construir os quadrantes a partir da análise estrutural de cada um dos objetos. Porém, foram incluídos apenas os elementos que tiveram frequência de evocação maior ou igual a 10. Este critério foi adotado, conforme indicam Wachelke e Wolter (2011), a partir da percepção de saltos evidentes na continuidade das proporções dos elementos evocados.

Representações sociais de brasileiros e europeus

A análise do conjunto de significados associados ao objeto de representação brasileiros (Ver Tabela 1) indica um campo semântico constituído por elementos com frequência mínima de 10, ordem média das evocações de 2.8 e frequência de corte entre os quadrantes de 20.

Os elementos apresentados nas representações sociais deste grupo compõem um panorama semântico que pode indicar uma relação afetiva com o grupo de origem. Um exemplo desta dimensão afetiva pode ser encontrado no núcleo central da representação de brasileiros. Elementos como amigos e calorosos podem apontar para a continuidade de uma vinculação com o grupo, além de demonstrar uma qualificação positiva do objeto.

Na zona de contraste, elementos como receptivos e solidários ilustram também a afirmação de aspectos positivos para esta representação. Outro aspecto de caracterização citado foi o termo miscigenados (na periferia distante), que alude à percepção étnica que os entrevistados possuem dos brasileiros. Além disso, os participantes enfatizam os brasileiros como alegres (núcleo central) e festeiros (zona de contraste). Ainda na zona de contraste, o elemento família permite a compreensão de um campo afetivo despendido a este grupo.

As evocações referentes ao grupo brasileiro destacam também características de um povo que luta e batalha por uma vida melhor. Um exemplo desta observação encontra-se na zona de contraste com os elementos trabalhadores A estrutura das representações de europeus teve uma e batalhadores. Na zona de contraste também se pode frequência intermediária de 22 e ordem média das evocações verificar esta imagem com a presença das palavras de 2.5. Esta estrutura apresenta características que podem esforçado e otimista, que indicam uma perspectiva de que, assinalar algumas disparidades em relação ao grupo para os participantes, o grupo brasileiro resiste apesar das brasileiro. adversidades advindas do processo de emigrar.

A estrutura das representações de europeus teve uma frequência intermediária de 22 e ordem média das evocações de 2.5. Esta estrutura apresenta características que podem assinalar algumas disparidades em relação ao grupo brasileiro.

(Tabela 2).

No núcleo central a presença do elemento reservados aparece em evidência (f = 67) e pode ser associado ao elemento conservadores (na zona de contraste), ao denotarem uma lógica de que o europeu é mais fechado ao contato. Em contraposição ao grupo brasileiro, que é representado como caloroso e receptivo, estes significados podem indicar comparação entre os grupos sociais.

Os europeus também são representados como sendo educados (no núcleo central), cultos, inteligentes (na zona de contraste) e organizados (na periferia distante). Além disso, os brasileiros evocam palavras como diferentes (no núcleo central) e brancos (na zona de contraste), o que se apresenta em contraste à característica miscigenados evidenciada na estrutura de brasileiros. O elemento preconceituosos também aparece (na periferia distante) na estrutura da representação social de europeus e pode indicar ambiguidade, dado que o elemento respeitosos aparece também no quarto quadrante.

A estrutura da representação social do grupo imigrante (Ver Tabela 3) possui frequência intermediária de 20 e ordem média de evocações de 2.7.

O imigrante representado pelos brasileiros participantes é batalhador e corajoso (núcleo central), trabalhador (na primeira periferia) e, possivelmente, foi em busca de oportunidade (núcleo central). Estas características indicam um raciocínio semelhante ao verificado nas representações sociais de brasileiros, que são caracterizados como trabalhadores e batalhadores. Os termos dificuldade, preconceitos (núcleo central), sofrido e ilegal (zona de contraste), entretanto, indicam problemas enfrentados.

Os brasileiros entrevistados também associam ao imigrante a imagem de esperançoso (zona de contraste). Este elemento pode ser associado ao elemento aventura (zona de contraste) e ao elemento mudança (zona de contraste), pois compõem um sentido de aposta na ação de emigrar. Os termos adaptação (primeira periferia) e saudade (zona de contraste), por sua vez, sugerem compartilhamento de um campo que aponta que este grupo necessita ajustar-se à sociedade de destino.

Além da comparação com os termos trabalhadores e batalhadores, verificados na estrutura do campo representacional de brasileiros, nas representações sociais de imigrante constata-se certa equivalência em relação à estrutura do termo europeus. O termo preconceito (no caso, preconceituosos) é verificado na estrutura de europeus.

Por fim, foram construídas as estruturas referentes aos termos indutores da metarrepresentação dos europeus a respeito dos imigrantes (Ver Tabela 4) e da metarrepresentação dos europeus acerca dos brasileiros (Ver Tabela 5).

A metarrepresentação de imigrante pode indicar queos brasileiros entrevistados possuem a crença de que os europeus pensam que os imigrantes roubam empregos (núcleo central), mas que, ao mesmo tempo, esta imagem depende do imigrante (núcleo central), o que pode ser indicativo de uma forma de proteção do grupo (Moscovici, 1978). As metarrepresentações podem traduzir, ainda, a ideia de que, para os brasileiros, os europeus pensam que os imigrantes são indesejados (primeira periferia), pois afirmam que não gostam e, por isso, manifesta-se o preconceito (zona de contraste).

Os sujeitos da representação afirmam também que os europeus veem os imigrantes como inferiores  e  pobres (zona de contraste) e que ocupam posições de subemprego (periferia distante), ao mesmo tempo são trabalhadores (zona de contraste) e mão de obra (periferia distante) necessários aos europeus. Ressalta-se que as metarrepresentações podem apontar que, para os brasileiros, os europeus associam os imigrantes à criminalidade (periferia distante), fato este observado nos resultados de Matos, Barbosa, Salgueiro e Machado(2013), quando discutem a necessidade de suplantação destes estereótipos em países da Europa.

Com relação às metarrepresentações de brasileiros, os participantes evidenciam que o europeu considera o brasileiro como aquele que gosta de samba e carnaval (núcleo central), que joga futebol (primeira periferia) e que vive na praia (periferia distante). As metarrepresentações também destacam a prostituição (núcleo central), as mulheres (primeira periferia), a bunda das mulheres (zona de contraste) e o sexo (periferia distante), o que expressa, possivelmente, o entendimento de um contexto que deprecia e objetifica a mulher brasileira (Piscitelli e Burgueño, 2008).

Elementos como alegres (núcleo central) e festeiros (primeira periferia), presentes nas metarrepresentações de brasileiro, também aparecem nas evocações dos termos brasileiros. Divertidos (zona de contraste), simpáticos (zona de contraste) e dançarinos (periferia distante) fazem alusão à ideia de um brasileiro que é animado e sociável. Os brasileiros ainda enfatizam que os europeus os concebem como mulatos (periferia distante), o que se diferencia do citado por eles próprios ao descreverem os brasileiros como miscigenados, na representação social de brasileiros. Em relação à etnia, enfatiza-se que, para os brasileiros entrevistados, os brasileiros são miscigenados, os europeus são brancos e pensam que os brasileiros são mulatos.

Assim como nas representações de brasileiros e de imigrantes, as metarrepresentações de brasileiro contêm o elemento trabalhadores (primeira periferia), mas, em contrapartida, incluem também o elemento preguiçosos (periferia distante), o que pode expressar que a pertença a um grupo social colabora para que a representação social do mesmo tenha configuração mais positiva (Abric, 1998).

Discussão

Os resultados apresentados elucidam as representações que os brasileiros possuem do grupo do país de destino e do grupo do país de origem, bem como da condição intermediária, o ser imigrante.

A análise das representações de brasileiros e europeus favorece a discussão acerca da função identitária das representações sociais. Observa-se que no núcleo central de brasileiros apresentam-se elementos que caracterizam o grupo de origem como acolhedor e sociável em contraposição ao europeu, que é representado como educado, mas distante afetivamente. Este contraste indica que, em termos identitários, na caracterização do grupo social de pertença, o indivíduo enfatiza o que há de mais positivo (Abric, 2008), de maneira que sua identidade se mantenha também positiva (Abric, 1998; Moscovici, 1978). Contudo, apesar dos indivíduos reconhecerem que, na dinâmica intergrupal o grupo europeu possui status positivo, ressaltam a existência de características brasileiras que podem ser consideradas mais positivas do que aquelas associadas ao grupo de oposição. Ao se perceber esta dinâmica identitária, é possível que exista uma representação a respeito do grupo social brasileiro de tipologia polêmica, no sentido de que estas representações refletem um processo de resistência de um grupo minoritário dentro da relação social estabelecida no continente europeu (Bonomo e Souza, 2013; Moraes, 2003; Vala, 1997).

O núcleo central da representação social de imigrante (Ver Tabela 3), por sua vez, possui elementos que caracterizam a resistência de outro grupo minoritário (Castellá et al., 2005) frente ao preconceito e à dificuldade. Observa-se que o núcleo central da metarrepresentação, do mesmo grupo social, é concebido pelos indivíduos como contendo características estritamente negativas, o que sugere a necessidade de contraposição dos membros dos grupos imigrante e brasileiro ao se autorrepresentarem, reordenando suas concepções individuais e valorativas em função das hierarquias e contextos sociais em que vivem atualmente (Coria et al., 2010; Coutinho e Oliveira, 2010).

Discute-se que, apesar da pressão para hegemonia em função da homogeneização dos conceitos de referência, os brasileiros apresentam a contrapartida de representações polêmicas (Bonomo e Souza, 2013; Moraes, 2003). O posicionamento dos mesmos em função do afeto e do reconhecimento da pertença aos grupos minoritários —definidos por Moscovici (2011) como aqueles que possuem menor status e influência devido a sua posição social— de imigrantes e brasileiros resulta na concepção de elementos de resistência nas representações sociais destes grupos, a fim de se elevar o status e as identidades brasileira e migrante. Esta análise ressalta que as representações sociais de brasileiro, europeu e imigrante destacam a função identitária das representações sociais (Abric, 1998).

As zonas de contraste e periferias da representação e metarrepresentação de imigrantes (Ver Tabela 4) possuem oposições. Enquanto os imigrantes são representados como esperançosos, trabalhadores e em busca de aventura, apesar dos problemas demonstrados pelos elementos sofrimento e a ilegalidade; são metarrepresentados como inferiores, pobres, indesejados e criminosos. Nota-se, nestes elementos, a expressão da vivência de um grupo excluído e avaliado de forma pejorativa socialmente (Neto, 2008). Por esta razão, verificam-se características identitárias mais positivas para os imigrantes, prevalecendo a resistência em forma de representações também polêmicas, por refletirem o posicionamento de um grupo minoritário frente a um conflito intergrupal (Moscovici, 1978).

A estrutura das metarrepresentações de brasileiro (Ver Tabela 5) apresenta um discurso de tipologia hegemônica em função do que é difundido sobre o grupo como sendo aquele que vive do carnaval e da sexualidade de suas mulheres (Meihy, 2013; Piscitelli e Burgueño, 2008; Torresan, 2013). A presença dos elementos alegres, samba, carnaval e prostituição, no núcleo central, acentua a estabilidade destas concepções. Nota-se que, mesmo na periferia, a metarrepresentação apresenta continuidade da lógica hegemônica, apesar de o elemento trabalhadores (na periferia próxima) indicar uma possível atualização da representação de maneira mais coerente com a vivência migratória. Esta movimentação indica que o sistema periférico abrange elementos que integram experiências individuais do sujeito da representação, manifestando a heterogeneidade do grupo (Abric, 1993; Veiga, Fernandes e Paiva, 2011).

Nas metarrepresentações de imigrantes e brasileiros, os sujeitos da representação reproduzem a imagem de que os grupos minoritários são onerosos à sociedade europeia (Neto, 2008). A metarrepresentação de brasileiros, no mesmo sentido, afirma a concepção sexual frente à imagem de procura por maridos (Piscitelli e Burgueño, 2008) e da exacerbação do corpo feminino e da prostituição no Brasil (Piscitelli e Burgueño, 2008; Torresan, 2013). Além disso, a metarrepresentação aponta para a afirmação de uma imagem ligada ao carnaval e ao samba como inerentes ao povo brasileiro.

É coerente pontuar que as representações e metarrepresentações demonstram um modo de ver os grupos sociais a partir de diferentes perspectivas, o que coaduna com o proposto por Abric (1993; 1998) ao reiterar a não existência de uma «realidade objetiva», livre de todos os filtros; o que se observa são representações de uma realidade que imprimem as pertenças e posições sociais que os indivíduos ocupam nos grupos e nas sociedades.

Considerações finais

O presente estudo, a partir do referencial teórico da Teoria das Representações Sociais (Moscovici, 1978) e da abordagem complementar da Teoria do Núcleo Central (Abric, 1998), teve como objetivo conhecer e discutir as representações sociais de brasileiros, europeus, imigrantes e metarrepresentações de brasileiros e imigrantes para brasileiros residentes em seis países da Europa.

O presente trabalho possibilitou o conhecimento das representações sociais dos brasileiros imigrantes frente aos grupos sociais que possui relação. Concebe-se que a discussão destas representações favorece o entendimento da ação de migrar para um continente ainda em crise (Neto, 2008), e ainda considerado como preconceituoso com os grupos estrangeiros. Entende-se que estas representações desempenham uma função de superação dos estereótipos de caráter negativo vinculados aos grupos de pertença dos brasileiros, uma vez que estes expressam elementos que polemizam e contestam o difundido hegemonicamente.

Porém, sugere-se que sejam realizados outros estudos que enfatizem a dimensão da identidade social a partir da discussão das representações de outros objetos relevantes para este grupo, como, por exemplo, a crise econômica no continente Europeu e a possibilidade de retorno para o Brasil.

Referências

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*Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil

Recebido: 19 de outubro de 2015

Aceitado: 22 de março de 2016